Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença granulomatosa sistêmica causada por um fungo dimórfico conhecido como Paracoccidioides brasiliensis. O fungo se apresenta como um micélio no meio ambiente, com temperaturas em torno de 25ºC, e como uma farinha na sua forma parasitária e em culturas com temperaturas abaixo dos 37ºC. O micélio é a forma infectante do organismo e contamina pessoas quando estas têm contato com ele no solo. A doença é endêmica na América Central e na do Sul, mais notavelmente no Brasil, o qual satisfaz por aproximadamente 80% dos casos reportados. Morar em áreas rurais e ser do sexo masculino são os principais fatores de risco para ser infectado.
A infecção é frequentemente subclínica, mas o fungo pode se proliferar, causando doença severa. A forma adulta crônica ocorre em mais do que 90% dos pacientes, sendo mais comum em adultos do sexo masculino da quarta a sexta década de vida, afetando principalmente os pulmões, membranas mucosas, pele e nódulos linfáticos. Menos frequentemente, em aproximadamente 10% dos casos, PCM afeta o sistema nervoso central (SNC), com um índice de mortalidade de 53%. O curso clínico dele permanece pouco claro e o diagnóstico pode ser elusivo. Imagens radiográficas podem prover achados não específicos os quais podem ser sugestivos de neoplasia. Nós reportamos um caso de um PCM simulando uma neoplasia no cérebro visto em imagem de ressonância magnética (IRM).