Schwannoma vestibular (SV) é neoplasia benigna, geralmente de origem na bainha do ramo vestibular do 8º nervo craniano – mais precisamente cerca de 80% dos casos na porção vestibular e 20% dos casos na porção coclear – responsável por causar disfunção dos nervos ao comprimir as fibras nervosas e obstruir seu suprimento sanguíneo.
Apresenta-se com fase assintomática, associada à perda auditiva neurossensorial, normalmente unilateral, zumbido e disfunção vestibular. Corresponde à lesão mais comum do ângulo pontocerebelar (CPA) e a 8% de todos os tumores intracranianos.
Historicamente, observa-se aumento gradual no diagnóstico do SV a partir da década de 1970 com pico entre 2003-2005, seguido por redução progressiva até a perspectiva atual, que alguns estudos apontam com incidência de aproximadamente 5/100.000.1,5 Esse fato se deve ao aumento do uso de exames de imagem, maior atenção aos sintomas otovestibulares e ao aumento da expectativa de vida.
O objetivo deste artigo é fazer relato de um caso sobre a preservação auditiva em abordagem transtemporal retrolabiríntiva para SV e revisar a literatura sobre técnicas cirúrgicas para ressecção desse tumor, ressaltando que a abordagem retrolabiríntica deve fazer parte do armamentário cirúrgico nas operações de schwanoma vestibular.