Desde o trabalho pioneiro de Parkinson, a anatomia microcirúrgica do seio cavernoso (SC) tem sido amplamente estudada e descrita em diversos estudos. O seio cavernoso é uma das regiões mais complexas do corpo humano, localizado na base do crânio, e é atravessado por várias estruturas neurovasculares importantes, incluindo a artéria carótida interna e nervos cranianos. A compreensão detalhada dessa anatomia é crucial para a realização de procedimentos cirúrgicos seguros e eficazes nessa área.
Uma figura geométrica proposta, frequentemente adotada como nomenclatura por muitos neurocirurgiões, é utilizada para descrever os espaços triangulares dentro e ao redor do seio cavernoso. Esses triângulos são definidos pelas relações anatômicas entre as estruturas ósseas e neurovasculares. No entanto, há variações na nomeação e descrição desses triângulos entre diferentes autores, o que pode levar a alguma confusão na literatura.
O propósito deste estudo é apresentar uma descrição detalhada da anatomia e das dimensões dos 10 triângulos que compõem essa região. Esses triângulos são:
Triângulo Anteromedial: Delimitado pelo nervo oculomotor, a artéria carótida interna e o nervo troclear.
Triângulo Anterolateral: Formado pelo nervo troclear, a artéria carótida interna e o nervo oftálmico.
Triângulo Posteromedial: Definido pelo nervo abducente, a artéria carótida interna e o nervo maxilar.
Triângulo Posterolateral: Delimitado pelo nervo maxilar, a artéria carótida interna e o nervo mandibular.
Triângulo Clinoidal: Localizado entre o processo clinoide anterior e a artéria carótida interna.
Triângulo de Parkinson: Nomeado em homenagem ao pioneiro, é delimitado pelo nervo oculomotor, a artéria carótida interna e o nervo troclear.
Triângulo de Dolenc: Formado pelo nervo oculomotor, a artéria carótida interna e o nervo abducente.
Triângulo de Kawase: Delimitado pelo nervo trigêmeo, a artéria carótida interna e o nervo facial.
Triângulo de Glasscock: Localizado entre o nervo facial, a artéria carótida interna e o nervo vestibulococlear.
Triângulo de Mullan: Formado pelo nervo vestibulococlear, a artéria carótida interna e o nervo glossofaríngeo.
Cada um desses triângulos possui características anatômicas específicas e dimensões que são importantes para a navegação cirúrgica. A medição precisa dessas dimensões pode auxiliar os neurocirurgiões na realização de abordagens cirúrgicas minimamente invasivas, reduzindo o risco de danos às estruturas neurovasculares críticas.
Além disso, a correlação radiológica dessas estruturas anatômicas, utilizando técnicas de imagem avançadas como a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC), é fundamental para o planejamento cirúrgico. Essas técnicas permitem uma visualização tridimensional detalhada das relações anatômicas, facilitando a identificação dos triângulos e a orientação durante os procedimentos cirúrgicos.
Em resumo, o estudo da anatomia microcirúrgica do seio cavernoso e a descrição detalhada dos triângulos dentro e ao redor dessa região são essenciais para o avanço das técnicas cirúrgicas e para a melhoria dos resultados clínicos em pacientes com patologias envolvendo o seio cavernoso.
Anatomia microcirúrgica do seio cavernoso: Medidas dos triângulos dentro e por volta dele